terça-feira, 24 de julho de 2012

Entenda o que é Foro de São Paulo (FSP). Sua história, membros e paises.

Com a derrubada do Muro de Berlim (1989), as esquerdas em todo o mundo se preocuparam com o futuro do movimento comunista, passando a buscar alternativas e a tomar medidas para a criação de suportes internacionais que lhes dessem sobrevivência.

Fidel Castro tomou a frente, pretendendo reconstruir uma “II Internacional” nas Américas e reunir os partidos e organizações marxistas-leninistas revolucionárias numa entidade supranacional.
O Partido dos Trabalhadores (PT), embora não fosse alinhado com a Internacional Comunista soviética que desaparecera, também sentiu a necessidade de repensar e de fortalecer suas posições no contexto do socialismo mundial em acomodação. Na ocasião, a proposta de Fidel Castro para realizar um encontro das organizações revolucionárias da América Latina foi a oportunidade bem aceita por Luiz Inácio Lula da Silva. Assim veio a se fundar o denominado FORO DE SÃO PAULO (FSP).


Dez anos depois, nova e mais ampla oportunidade se apresentou ao Partido dos Trabalhadores, quando se juntou às atividades da autodenominada “Internacional Rebelde”, recém fundada na França ( 1999). Com isto, o PT ampliou a sua iniciativa, com maior participação internacional, patrocinando em Porto Alegre outro empreendimento ao qual se denominou FORUM SOCIAL MUNDIAL (FSM).

ESTRATÉGIA DO FORO DE SÃO PAULO: RECUPERAR, PARA O COMUNISMO, NA AMÉRICA LATINA, TUDO O QUE FOI PERDIDO, NO LESTE EUROPEU, APÓS QUEDA DO MURO DE BERLIM, EM 1989.
FORO DE SÃO PAULO

O Foro de São Paulo (FSP) é uma congregação de partidos, organizações e movimentos de esquerda, predominantemente marxista-leninistas revolucionários da América Latina, criada em 1990, com patrocínio do Partido Comunista Cubano e do Partido dos Trabalhadores. Alegadamente teria sido uma iniciativa geral das entidades participantes com a finalidade de debater o socialismo após o colapso da União Soviética e discutir uma “alternativa popular e democrática ao neoliberalismo”. A idéia da fundação surgiu de uma reunião havida em Havana, convocada por Luiz Inácio Lula da Silva, a pedido do Partido Comunista Cubano e por sugestão de Fidel Castro, a que compareceram representantes de várias organizações de esquerda do Continente.


A lista dos membros do Comitê Coordenador e dos integrantes do Foro, dão uma idéia da sua heterogênea composição mas deixa claro o traço comum marxista-leninista e revolucionário de quase todos.

Como já foi dito, a primeira reunião da entidade se deu em São Paulo, em julho de 1990, com a denominação de Encontro de Partidos e Organizações de Esquerda da América Latina e Caribe,convocada pelo PT. Reuniu cerca de 48 organizações de diversos países e de variada orientação político- ideológica.

A denominação Foro de São Paulo ficou estabelecida na segunda reunião, ocorrida no ano seguinte ( 1991) na Cidade do México. “Encontro” passou a designar as reuniões do Foro que, praticamente, ocorrem anualmente, desde a sua fundação:

I Encontro ------------ São Paulo-----------------------1990
II Encontro ----------- Cidade do México--------------1991
III Encontro ---------- Manágua- Nicarágua----------1992
IV Encontro---------- Havana -------------------------- 1993
V Encontro ---------- Montevidéu---------------------- 1995
VI Encontro---------- El Salvador---------------------- 1996
VII Encontro---------- Porto Alegre-------------------- 1997
VIII Encontro -------- Cidade do México-------------- 1998
IX Encontro --------- Manágua- Nicarágua-----------2000
X Encontro --------- Havana-----------------------------2001
Seminário------------Manágua- Nicarágua------------2004

Do X Encontro, participaram 513 delegados e observadores de 82 países, 73 partidos membros da América Latina e 138 outros partidos revolucionários da Europa e África.
Nos encontros, de um modo geral, têm sido elaboradas resoluções e recomendações que reafirmam os objetivos socialistas e anti-imperialistas comuns, bem como declarações que defendem a soberania de Cuba e o regime comunista de Fidel Castro.


O Foro de São Paulo pretende fazer a II Internacional, retomando a caminhada do Socialismo mundial a partir da América Latina.Apresenta-se como a natural continuação da Organização Latino-Americana de Solidariedade ( OLAS), criada em 1967 em Havana por sugestão e participação de Salvador Alende, que viria ser o presidente revolucionário do Chile em 1970. Possivelmente,o objetivo mais imediato seja reverter o isolamento de Cuba no Continente e no mundo.


É interessante notar que o Foro de São Paulo reúne partidos e organizações político-ideológicas. O Fórum Social Mundial, diferentemente, congrega principalmente organizações não-governamentais (ONG) que desempenham o papel de “organizações privadas de hegemonia” dos diversos movimentos anarco-comunistas, socialistas revolucionários, comunistas não-leninistas e outros de definição ideológica não muito clara.Desta maneira, os dois empreendimentos se completam: o primeiro, o FSP, sucede a Organização Latino-Americana de Solidariedade; o segundo, o FSM, repete a I Internacional, tentando coordenar as esquerdas heterogêneas da Movimento Comunista Internacional.


Ao assumir o co-patrocínio do Foro de São Paulo, junto com o Partido Comunista Cubano, e ao participar da iniciativa de reunir o Foro Social Mundial, o Partido dos Trabalhadores aprofundou a sua ambigüidade ideológica. A feição nasserista do seu socialismo não-marxista original, indefinido entre revolucionário e reformista, foi complicada pelas afirmações de duas tendências internas. A primeira, a dos marxistas- leninistas revolucionários, os “organizados”, antigos grupos terroristas ( trotskistas e foquistas) que se juntaram ao PT após a Anistia de 1979.É mais entusiasmada pelo FSP. A segunda, a do grupo do clero marxista integrante da “articulação”, fração interna que abrande os fundadores do Partido. São pessoas que se inclinam mais para o FSM .


O patrocínio e ativa presença do PT nos dois conclaves inserem o Partido dos Trabalhadores no conjunto das esquerdas internacionalistas, aproximando-o de organizações e movimentos revolucionários e à perspectiva de inserção no Movimento Comunista Internacional.


A opção internacionalista do PT, concretizada a partir de 1990, também se manifesta em dois outros acontecimentos, relacionados com a social-democracia, tornando mais complicada a compreensão da sua linha ideológica:


- Presença de Luiz Inácio Lula da Silva e de outros membros do PT na reunião do Diálogo Interamericano fabianista, levados por Fernando Henrique Cardoso(1992).
- Admissão do Partido dos Trabalhadores como “membro observador” da Internacional Socialista ( 2003).


No plano nacional, o Partido e Lula ainda mantêm uma prática aparentemente social-democrática que camufla a sua práxis revolucionária gramscista e desvia a atenção do significado da aliança eleitoral com partidos burgueses, socialistas e comunistas, constituindo uma frente popular de concepção leninista.”



Fidel e Lula


A ideia do Foro de São Paulo surgiu em julho de 1990, durante uma visita feita por Fidel Castro a Lula, ex-presidente do Brasil em São Bernardo do Campo, e foi formalizada quando 48 organizações, partidos e frentes de esquerda da América Latina e do Caribe, atendendo a convite do Partido dos Trabalhadores, reuniram-se na cidade de São Paulo visando debater a nova conjuntura internacional pós-queda do Muro de Berlim (1989), elaborar estratégias para fazer face ao embargo dos Estados Unidos a Cuba e unir as forças de esquerda latino-americanas no debate das consequências da adoção de políticas supostamente neoliberais pela maioria dos governos latino-americanos da época.[11]

No encontro seguinte, realizado na Cidade do México, em 1991, com a participação de 68 organizações e partidos políticos de 22 países, examinou-se a situação e a perspectiva da América Latina e do Caribe frente à reestructuração hegemônica internacional. Na ocasião, consagrou-se o nome "Foro de São Paulo".[12]

Alguns participantes do Foro

 
Argentina
    Partido
Comunista
    Partido Comunista – Congreso Extraordinario
    Partido
Comunista Revolucionario

Bolívia    
    Movimiento al Socialismo
    Partido
Comunista de Bolivia

Brasil    
    Partido
Comunista do Brasil
    Partido
Comunista Brasileiro
    Partido Socialista Brasileiro
    Partido dos Trabalhadores


Chile    

    Izquierda Cristiana
    Partido
Comunista
    Partido Humanista
    Partido Socialista

 Colômbia    

    Polo Democrático Alternativo
    Presentes por el Socialismo
    Partido
Comunista Colombiano
    Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - FARC

Cuba    

    Partido
Comunista de Cuba

Equador    

    Movimiento de Unidad Plurinacional Pachakutik – Nuevo País
    Movimiento PAIS
    Movimiento Popular Democrático
    Partido
Comunista de Ecuador
    Partido
Comunista Marxista-Leninista del Ecuador
    Partido Socialista-Frente Amplio

El Salvador    

    Frente Farabundo Martí para la Liberación Nacional

 Guatemala    

    Alianza Nueva Nación
    Unidad Revolucionaria Nacional Guatemalteca

Martinica    

    Pati Kominis pou Lendépandans eh Sosyalizm
    Conseil National des Comités Populaires

 México    

    Partido de los Comunistas Mexicanos
    Partido
Comunista de México
    Partido de la Revolución Democrática
    Partido del Trabajo

Nicarágua    

    Frente Sandinista de Libertação Nacional

Paraguai    
    Partido
Comunista Paraguayo
    Partido del Movimiento al Socialismo
    Partido País Solidario

Peru    

    Partido
Comunista del Perú-Patria Roja
    Partido
Comunista Peruano


República Dominicana    

    Partido
Comunista del Trabajo

Uruguai    

    Movimiento de Liberación Nacional Tupamaros (integra o MPP)
    Partido
Comunista de Uruguay
    Partido Obrero Revolucionario Troskista-Posadista

Venezuela    

    Liga Socialista
    Movimiento Electoral del Pueblo
    Partido Comunista de Venezuela



Aqui abaixo se tem um vídeo com o que o integrante e um dos fundadores do FSP diz em relação ao Foro.





Fonte: AntiForodeSãoPaulo, Wikipedia, Youtube

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