A ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato, da Polícia Federal, Meire Bonfim da Silva Poza, confirmou hoje (13) no Conselho de Ética da Câmara a existência de sociedade do doleiro com o deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA), mas acrescentou que outros parlamentares também receberam dinheiro do esquema. “O Alberto era um banco. Ele pagava contas, dava dinheiro, dava presentes”, afirmou.
Segundo Meire Poza, Argôlo e Youssef tinham uma relação de amizade e que os dois são sócios da empresa Malga Engenharia, com sede em São Paulo. “Mas [o nome do parlamentar] não está no contrato social. Nem o de Alberto”, explicou. De acordo com Meire, Argôlo era chamado de “bebê Johnson” por Alberto Youssef. Meire ainda explicou que não era funcionária do doleiro, mas trabalhou quase quatro anos, entre 2010 e 2014, prestando serviços contábeis e de assessoria às empresas de Youssef.
Perguntada sobre as empresas do doleiro que eram usadas para lavagem de dinheiro, a ex-contadora limitou-se a declarar: “A única empresa [do doleiro] em que eu não vi nenhuma saída ilegal de dinheiro foi a Marsans [empresa de viagem] e os hotéis”, afirmou. Ela foi convidada a depor pelo relator do caso, deputado Marcos Rogério (PDT-RO).
A testemunha confirmou que Argôlo recebeu dinheiro por mais de uma vez. “Inclusive da última vez em que eu o encontrei em São Paulo, ele foi para buscar dinheiro. Ele ia embora no mesmo dia e não pôde ir [daquela vez] porque o dinheiro não chegou.Como não recebeu na tarde em que estava lá, sei que ele recebeu depois, mas não sei como foi entregue. Normalmente, eram entregues em dinheiro, mas também tinham muitas TEDs [Transferência Eletrônica Disponível]”, disse.
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Fonte: EBC
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