O PT, agora, é um partido que tem um de seus principais dirigentes na cadeia. Trata-se do tesoureiro João Vaccari Neto, nada menos do que o homem que cuida das finanças da legenda. É acusado de arrecadar recursos ilegais desde 2004. A ser assim, dedicou-se a ações clandestinas na campanha que reelegeu Lula em 2006, na que elegeu Dilma em 2010 e na que a reelegeu em 2014. Essa mesma agremiação já viu atrás das grades José Genoino, seu ex-presidente; Delúbio Soares, ele também um tesoureiro; e José Dirceu, que era, então, até o mensalão vir à luz, o condestável do governo Lula e do petismo. Ou, se quiserem, numa síntese rápida, o PT deixou de ser um caso de política para se transformar numa caso de polícia.
Impressiona a arrogância dessa turma. Desde que o nome de Vaccari apareceu no depoimento inicial do doleiro Alberto Youssef, revelado pela VEJA em abril, o razoável é que se afastasse do comando. Mas isso não aconteceu. Ao contrário. A cúpula dirigente se fechou em sua defesa. E essa defesa não se limitou ao presidente da legenda, Rui Falcão.
Em fevereiro, em Belo Horizonte, em reunião do Diretório Nacional, Lula se solidarizou com o companheiro. Acusou uma suposta tentativa de criminalizar o partido e, adicionalmente, pôs sob suspeição o resultado do julgamento do mensalão. Afirmou então: “Descobri lamentavelmente no mensalão que o julgamento não é jurídico, é político”. O partido estava na capital mineira para comemorar os seus 35 anos. Vaccari participou da festança. A presidente Dilma Rousseff, santa imprudência!, discursou no evento.
Sim, Vaccari está em prisão preventiva, e isso não significa uma sentença condenatória. Os petistas descobriram a presunção de inocência depois que chegaram ao poder. Quando eram oposição, Lula costumava cortar cabeças sobre o palanque. Isso poderia ser um sinal de que o partido chegou, ainda que tardiamente, a um fundamento das sociedades civilizadas… Sabemos, no entanto, que não é assim. O tesoureiro não estava aboletado em seu cargo em nome de algum princípio do direito. Lá permanecia por arrogância sua e da cúpula; lá permanecia porque o partido insiste em não reconhecer a legitimidade e a legalidade da investigação em curso. Tanto é assim que o líder na Câmara, o inefável Sibá Machado (AC), acusou a existência de uma grande conspiração. Sibá não sabe falar sozinho, por conta própria. Alguém lhe soprou o texto. Leia o restante aqui
Fonte: Blog Reinaldo Azevedo
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