Por Milena Fischer
João Príncipe, como era chamado entre os surfistas no Rio de Janeiro, onde mora, é um monarca à brasileira. Simples, devoto da natureza.
A frase sobre os covardes foi dita depois de ter ouvido Julio Saguier, presidente do jornal La Nación, no Fórum da Liberdade.
Ele não se referia a Saguier, mas àqueles que cerceiam a liberdade de imprensa, tema da palestra. Apartidário e crítico da situação política do país, Dom João não poupa o Congresso Nacional:
– É um absurdo ter o Marco Feliciano na Comissão de Direitos Humanos, e o que dizer do José Genoíno e do João Paulo Cunha, na Comissão de Constituição e Justiça, e do Lobão Filho na Comissão Mista de Orçamento? Damos o galinheiro para as raposas cuidarem.
Bisneto da Princesa Isabel e trineto de D. Pedro II, Dom João chegou domingo passado a Porto Alegre e ficou até quarta-feira.
Do aeroporto, foi para uma churrascaria, e, na noite seguinte, jantou uma parrillada. No almoço de terça- feira, abriu mão da carne e serviu- se de salada e sushi no buffet. Pele bronzeada e sorriso largo, o príncipe surfa há 40 anos:
- Eu me criei na turma do Evandro Mesquita.
Estudou zootecnia, teve que interromper o curso para ajudar o pai na propriedade rural em Paraty. Fotógrafo, viajou ao Xingu pela primeira vez em 1978 e nunca mais deixou de excursionar pelo país, especialmente pelo Norte. As viagens renderam 12 livros, o mais recente lançado no ano passado, além de uma série de exposições pelo país.
Mas o que faz um príncipe em um Brasil sem monarquia?
- A alma de um príncipe é servir o país, ter respeito pela nação. Acompanho todos os movimentos da política e da sociedade brasileiras. Minha família sempre foi simples, nossa educação valoriza a humildade.
Bem-humorado, João Príncipe relembra a infância de um descendente de imperador:
- Na escola, eu tinha que saber tudo sobre história do Brasil.
Fonte: ClicRBS
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