quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Anistia ao Caixa Dois: uma criança sem pai


A manobra fracassada de ontem no plenário da Câmara para aprovar uma lei de anistia ao Caixa Dois expôs uma movimentação até então silenciosa que busca fragilizar a Lava Jato por meio da aprovação de leis que retirem prerrogativas dos órgãos de investigação de crimes e fiscalização da gestão pública. O que antes se limitava a projetos isolados tramitando discretamente em comissões foi transformado numa tentativa de votação direta em plenário. Só que agora ninguém quer assumir a paternidade da ofensiva.

Nos corredores da Câmara, deputados que impediram a votação do PL 1210/07 na sessão de ontem admitem que  foram “informados” da manobra pela anistia do Caixa Dois. Ninguém tem, no entanto, a prometida emenda de plenário que criminalizaria a obtenção de recursos para campanhas por fora do caixa oficial dos partidos e anistiaria em consequência os que praticaram o caixa dois antes da sanção desta nova lei.

Da mesma forma, os nomes da Mesa Diretora não sabem explicar como o projeto foi pautado sem acordo de líderes e registrado para votação somente após a obtenção do quórum deliberativo. “Vocês sabem quem decide a pauta”, repete um membro da Mesa quando questionado a respeito da falta de transparência no agendamento inesperado do projeto.

O responsável oficial pela pauta da Câmara é o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), que desde domingo está na interinidade da presidência e despachou ontem no Planalto sem aparecer na Câmara. A pauta original de ontem foi, de fato, fechada por Maia na sexta-feira. Sem o PL 1210/16.

Leia o restante aqui

Fonte: Jota

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