A denúncia de que milícias do Rio cobram uma espécie de pedágio a candidatos a cargos eletivos, chegando a pedir-lhes uma taxa de até R$ 120 mil para liberar a campanhas áreas sob seu domínio, era pedra cantada desde que esses grupos começaram a despertar para a participação direta no processo político-partidário.
Há nessas quadrilhas um agravante que as distingue de outros grupos do crime organizado: elas são chefiadas por agentes públicos da área de Segurança, que atuam criminosamente, inclusive de dentro das instituições, sob o anteparo de suas prerrogativas funcionais. A revelação, feita anteontem pelo GLOBO, se dá no rastro do assassinato do candidato a vereador Marcos Falcon, também presidente da Portela — a 14ª vítima de crimes numa campanha eleitoral violenta.
O poder público precisa dimensionar, com urgência, a extensão desse desafio. A maneira acintosa como o crime organizado tem operado, com desenvoltura avalizada pela impunidade, sinaliza que as milícias, em particular, se sentem com liberdade para avançar sobre quaisquer áreas que lhes apareçam como oportunidade de negócios.
Ontem, esses grupos se financiavam com atividades comezinhas, como venda de botijões de gás, transportes ditos alternativos etc.; hoje, estão ainda mais ativos em canais institucionais, como a participação em eleições, com seus métodos próprios, fora da lei. Qual será o limite deles? Esta é uma pergunta cuja resposta a sociedade não quer esperar para obter.
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Fonte: Blog do Noblat
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