Por Reinaldo Azevedo
Leio na Folha o seguinte título: “Intelectuais e movimentos sociais fazem ato contra impeachmenht na USP”. Aí fui ler o texto. Os ditos intelectuais são notórios militantes petistas, como Marilena Chaui e André Singer, que já foi nada menos do que porta-voz de Lula. Que usem a universidade para se expressar, em vez de fazê-lo no próprio partido, eis uma evidência de caráter.
É como se um médico filiado ao PT decidisse se opor ao impedimento de Dilma na sala de cirurgia. Seria considerado um louco, um celerado. Mas na USP, especialmente na notória Fefelech, Deus nem chegou a nascer. Desde sempre, o capeta da impostura está no comando.
A gente vê as fotos, e lá estão os em tudo notórios de sempre, em círculo. Desta feita, nem mesmo as prefigurações que embalam o bolchevismo chulé das Mafaldinhas & Remelentos. Agora eles estavam lá reunidos para, pura e simplesmente, justificar o roubo.
Um amigo me perguntava ontem por que os intelectuais liberais ou não esquerdistas são muito menos ativos no proselitismo político. Aí eu respondi: “É uma questão de caráter”. Os pensadores que não são esbirros de partido, que não se comportam como “apparatchik”, têm vergonha na cara e se negam a subordinar a sua produção a um ente de razão. Já os esquerdistas fazem qualquer coisa. Querem ver?
Adivinhem se Marilena Chaui não estava lá dando suas vassouradas filosóficas… E ela fez uma grave acusação ao juiz Sergio Moro, que, espero, tome a decisão de levá-la a provar em juízo o que disse.
É bem verdade que a fala da doutora é de tal sorte aloprada que chego a desconfiar de que ela ainda esteja entre nós — se é que me entendem. Até dei alguns telefonemas para saber se ela anda exibindo sinais de degenerescência cerebral. Asseguram-me que continua a mesma de há 30 anos, se é que vocês me entendem de novo… Logo, Marilena está no seu normal possível. Ela explicou à plateia de Mafaldinhas & Remelentos por que o juiz Sergio Moro faz o que faz. Prestem atenção:
“Por que Moro tem tanto poder? Porque serve a dois objetivos: entregar o pré-sal para companhias norte-americanas de petróleo e enfraquecer o Mercosul”.
Santo Deus! O marco do pré-sal mudou no Senado, como sambem. A Petrobras continua a ter a prerrogativa de ser a operadora do campo desde que tenha dinheiro. Outra empresa só pode assumir a tarefa se a estatal declinar. Gravações que vieram a público deixam claro que até Lula concordou com a solução. O que Moro tem a ver com o peixe? De fato, a lei só foi mudada porque a Petrobras quebrou, mas a Lava Jato não tem nada com isso.
Eu sou justo. Lendo uma mente perturbada como a de Marilena, a gente ainda consegue encontrar o nexo, mesmo que aloprado e paranoico, entre Moro e o pré-sal. Mas e o Mercosul? Como se conecta com a Lava Jato?
É coisa de gente pinel? É! Mas os esquerdistas são alimentados por essas fantasias. Alguns pobres coitados que estavam lá, abraçados à sua ignorância e vítimas da permanente deformação intelectual vigente nos cursos da área de humanas, aparelhados por militantes políticos, acabam acreditando.
Moro faça o que quiser. O fato é que a senhora Marilena Chaui foi bem além da liberdade de expressão. Ela acusou o juiz que está causando um abalo sísmico na política de estar cometendo crimes contra os interesses do Brasil.
Nota: quem dera Moro realmente conseguisse inviabilizar o Mercosul. Seria uma bênção para o nosso país. Mas o fato é que ele não tem nada com isso.
Um outro “intelectual” fez um raciocínio à altura de Marilena. Prestem atenção: “Não podemos cair nesse argumento cínico de que o impeachment não é golpe porque está previsto na Constituição. O crime de assassinato também está no Código Penal, mas eu preciso ter matado alguém para ser condenado”.
Quem falou isso, acreditem, foi um advogado chamado Arthur Menten. Restaria agora ao valente provar que as pedaladas fiscais não são crime de responsabilidade. Usou uma metáfora contra o próprio argumento, o gênio: as pedaladas aconteceram e deixaram cadáveres de pelo menos R$ 40 bilhões. Isso para não citar a nova denúncia, aquela da OAB, que abriga a delação de Delcídio do Amaral, e o crime de responsabilidade cometido por Dilma na nomeação de Lula.
Mas volto àquela questão do meu amigo: que intelectual não esquerdista teria a cara de pau de falar porcarias semelhantes? Não há! É, reitero, uma questão de vergonha.
Ah, sim: Marilena, até onde entendi, incitou a militância de seu partido a invadir os tribunais. Disse ela: “Não podemos ficar só na rua gritando ‘Não vai ter golpe’, temos que intervir nessas instituições”.
O que é “intervir”, além do grito? Parece-me um convite à ação direta.
E, para encerrar, aquela que já disse odiar a classe média, decidiu atacar os milhões que vão às ruas pedir impeachment. Segundo disse, trata-se de uma “multidão ressentida e com ódio, que espera [a ascensão de] um líder autoritário e reacionário para pôr tudo em ordem”.
É verdade! A política deveria ser apanágio da meia dúzia de Remelentos & Mafaldinhas que aplaudem uma celerada a dizer que Moro quer entregar o pré-sal para empresas estrangeiras e acabar com o Mercosul. E tudo para minimizar os crimes do mensalão.
Eis o que andam pensando os zumbis que habitam a USP. Ainda bem que são uma extrema minoria ali também.
E aí, Moro, vambora processar Marilena? O senhor juiz, afinal, tem de honrar o espaço da Justiça para contendas dessa natureza, certo?
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo
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