BRASÍLIA - Na última sexta-feira, dia em que manifestantes foram às ruas defender o mandato da presidente Dilma Rousseff, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) enviou telegramas a todas as embaixadas e representações do Brasil no exterior recomendando a difusão de mensagens de entidades alertando para o risco de um golpe político no país. A mensagem partiu da Secretaria de Estado de Relações Exteriores do Itamaraty (SERE). O texto pedia que cada posto designasse um diplomata para dialogar com as organizações da sociedade civil locais. A ordem acabou abortada por determinação da Secretaria Geral do Itamaraty na própria sexta-feira, mas depois que as mensagens já haviam sido disparadas para postos diplomáticos em todo o mundo.
Nos telegramas despachados de Brasília havia reprodução de comunicados que conclamavam à resistência democrática. O GLOBO teve acesso à comunicação diplomática, que já foi invalidada pelo MRE.
Perto do meio-dia da última sexta-feira, o Itamaraty disparou o telegrama ostensivo de número 100.752, em que pedia a designação de um servidor — de preferência um diplomata — para ficar responsável por “apoiar adequadamente” o diálogo entre o Itamaraty, a sociedade civil brasileira e a local.
— A ideia era espalhar pelo mundo que há um golpe aqui. E que os governos e a sociedade civil do mundo inteiro se solidarizassem com o PT — disse um diplomata ouvido pelo GLOBO sob a condição de anonimato.
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