De acordo com o Xadrez Verbal, serão julgados os guerrilheiros que tenham cometido crimes de lesa-humanidade: assassinato, tortura, seqüestro, estupro e aliciamento de menores. Quem cometeu roubo, extorsão ou “delitos políticos”, como usar a própria farda das FARC não será julgado. Tais crimes terão anistia geral.
Pela Justiça Transicional, quem confessar os delitos terá uma sentença de 5 a 8 anos em “restrição de liberdade” – ou seja, em vigilância em áreas de movimentação limitada. Quem for julgado e condenado podem ser condenados a até 20 anos de cadeia em prisões comuns.
Os guerrilheiros anistiados receberão mensalmente por 24 meses 90% de um salário mínimo “para facilitar sua adaptação à vida civil”. Se depois desses 2 anos, tal guerrilheiro não tiver cometido nenhum delito e estiver ou trabalhando ou fazendo parte de um projeto comunitário, como desativação de minas terrestres, ou ainda matriculado em algum curso profissionalizante, receberá ainda um “prêmio” de 8 milhões de pesos colombianos, cerca de R$ 8.900,00, como um peso final para reconstruir a vida.
De fato, após a Colômbia sofrer com seqüestros de décadas, estupros, assassinatos, expulsão de populações imensas de suas cidades (a Colômbia possui o maior número de refugiados internos fugindo das FARC da América do Sul), não parece que a palavra “acordo de paz” traduza bem alguma noção de justiça e os sentimentos de qualquer pessoa que sofra com a guerrilha narcotraficante, que tenha familiares seqüestrados, roubados e mortos para que as FARC imponham sua ditadura do proletariado.
O mais curioso: Juan Manuel Santos ganhou o Nobel da Paz por um acordo que precisava ser chancelado pelo povo colombiano em plebiscito, realizado neste domingo, o mesmo do primeiro turno das eleições municipais no Brasil. O povo colombiano recusou o acordo. Juan Manuel Santos ainda assim foi laureado com o Nobel da Paz.
Faz sentido? Claro que faz.
O problema não é a indicação de Santos para o Nobel da Paz. O problema é o Nobel da Paz.
Outro acordo de paz já rendeu Nobel: entre Menachem Begin e Anwar Al Sadat, por negociarem a paz entre Israel e Egito. A política de Anwar Al Sadat foi o que colocou o ditador Hosni Mubarak no poder no Egito. Israel, o único país livre da região, é espezinhado até hoje toda vez que se defende de seus agressores, e tem de dividir o prêmio com o mentor do principal ditador que gerou a Primavera Árabe.
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Fonte: Senso incomum
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