O ex-governador e ex-deputado federal Moreira Franco é um dos assessores mais poderosos do presidente Michel Temer. Secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), ele representa o governo nas negociações com a iniciativa privada destinadas a tirar do papel obras de transporte, energia e saneamento. No mês passado, anunciou, ao lado de Temer, concessões e privatizações de mais de vinte projetos na área de infraestrutura, que podem render até 25 bilhões de reais aos combalidos cofres da União. Longe dos holofotes, Moreira Franco é protagonista também na seara política. Ele faz parte do grupo de eminências da nova administração e disputa com o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, o posto de principal conselheiro de Temer. Apesar dessa condição privilegiada, Moreira Franco não tem direito a foro privilegiado. O que é um tremendo risco, diante da iminente delação premiada da Odebrecht, a maior empreiteira do país.
VEJA teve acesso a parte dos anexos da delação de Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de relações institucionais da Odebrecht e um dos cinquenta executivos da construtora que negociam acordos de colaboração com a força-tarefa da Lava-Jato. Em suas tratativas com os procuradores, Melo Filho já contou que Moreira Franco lhe pediu, em 2014, quando era ministro da Secretaria de Aviação Civil do governo Dilma Rousseff, uma contribuição financeira de 3 milhões de reais. Não era uma doação eleitoral, uma vez que Moreira Franco não concorreria naquele ano.
Fonte: Blog Reinaldo Azevedo
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