Por: Aurílio Nascimento em 11/06/13 14:01
O que é certo nem sempre será justo. O que é justo, nem sempre será certo. Quando uma haste de metal super-resistente adentra o útero e, guiada com destreza pela mão de quem jurou salvar vidas, encontra a cabeça de um ser humano em formação, perfura-a com violência, matando sem piedade ou qualquer chance de defesa, será certo, à luz da lei que os "politicamente corretos", principalmente do PT, querem estabelecer. Entretanto, tal covardia não se aproxima do que é justo.
Quando a maconha for finalmente liberada, como também querem os "politicamente corretos", será certo, também à luz da lei, mas não justo com todos os que condenam tal prática e certamente vão arcar com as despesas e os riscos provocados pela minoria que insiste em fugir da realidade, como se a vida não devesse ser encarada e sem subterfúgios alucinógenos.
Quando a sociedade exige de policiais dedicação integral e os proíbe de exercer qualquer outro tipo de atividade, mesmo que frequentem com sacrifício uma faculdade, sob o ponto de vista legal está correto. Mas não é justo. A adolescente matricida que na semana passada chocou a todos receberá no máximo três anos de medida sócioeducativa, um eufemismo para o tempo que ficará reclusa, com direito a psicólogos, dentistas, professores, educadores, vigias, comida, roupa, recreação. Tudo estritamente correto de acordo com a lei. Porém injusto com a vítima, com seus familiares e amigos.
A liberdade concedida pela Justiça a marginais perigosos, os quais quase que imediatamente voltam ao crime, roubando, matando, violentando, é certa sob o ponto de vista legal. Mas é injusta com toda a sociedade, que passa a viver o terror, o medo, quando não sofre diretamente as consequências da decisão.
Haverá então um ponto de equilíbrio entre o correto e o que é justo? Claro que sim. Esse ponto não é encontrado nas tintas da lei. Não está escrito, e muito menos existe manual informando onde deve ser encontrado. O ponto de interseção entre correto e justo é o bom senso, que nada mais é do que fazer a coisa certa, tendo por base uma análise fria e não emocional. Encontrado o ponto entre o justo e o correto, examinando-o com uma lupa, veremos que ali não existe cinismo, vaidade, carreirismo, ganância, oportunismo. Passam ao largo do que é correto e justo veementes defesa de teorias jurídicas aparentemente perfeitas, porém ridículas sob o prisma da honestidade.
Fonte: Extra
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