Por: Aurílio Nascimento em 18/05/11 17:53
"Cadê a carteira de trabalho?", pergunta o policial com voz firme, dentro de seu terno de linho. O sujeito retira o documento do bolso e entrega. O homem da lei inicia o exame do documento, quando o "suspeito" o corrige: "A carteira tá de cabeça para baixo". Imediatamente, leva uma bolacha na cara, com a pergunta: "Não sabe que poliça lê de qualquer jeito?". "Desculpe, não sabia", responde o "suspeito", acariciando o próprio rosto, na tentativa de minimizar a dor. "Então fica sabendo", rosna o policial. "Pode ir", determina em seguida, complementando: "Já vi que é trabalhador".
A piada acima era contada pelos antigos policiais. Era a forma de dar boas-vindas aos novatos. Antigamente, qualquer um entrava. Agora, não. Tem que fazer concurso, prova de Português, Matemática, Geografia, diziam, manifestando uma ponta de arrependimento pelo pouco tempo nos bancos escolares. O tempo passou e o filtro ficou mais severo. Agora, para ingressar na polícia, tem que ter curso superior. Pelo menos quatro anos de faculdade, disputar uma vaga com milhares, fazer teste físico, de saúde, de conhecimentos gerais, de informática.
Nada mais natural exigir conhecimentos mínimos daqueles que escolheram uma das profissões mais difíceis. "A ignorância é que astravanca o progresso", já dizia Odorico Paraguassú, O Bem-Amado. O desconhecimento básico da língua pátria, então, nem se fala. Quem não lê, não escreve. Quem não escreve, não pensa.
Não é assim que pensa o PT. O MEC, com saudades dos velhos tempos, ao custo de milhões de reais, acaba de distribuir o livro "Por uma vida melhor", de autoria da professora Heloísa Ramos, no qual afirma que é valido se falar e escrever errado. Nada de normas, nada de regras. O negócio fica ao gosto do cliente. Aquele comerciante que recebeu de seu fornecedor um caminhão de cal e devolveu, pois, no momento do pedido, ele se esqueceu de colocar o cê-cedilha, logo não pediu cal, mas sim, sal, deve ter conseguido um cargo de assessor no MEC.
De agora em diante, nada de ficar rindo de quem não sabe construir uma frase. Vale tudo. Fica difícil compreender esta política do PT, a qual mais parece uma expressão musical popular de afro-descendente, ou seja, este samba de crioulo doido. Melhor é embarcar na canoa, e aceitar os que eles dizem ser certo. Se algum "cumpanheiro" for flagrado com a cueca recheada, os federais devem ter na ponta da língua: "Teje preso. Nóis pegou você".
Fonte: Extra
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