terça-feira, 5 de abril de 2016

ONG denuncia execuções ilegais na Venezuela


A organização americana Human Rights Watch (HRW) denunciou nesta segunda-feira execuções extrajudiciais e detenções arbitrárias na Venezuela. As ações foram cometidas por forças policiais e militares sob a justificativa de combater o crime. Em mais de 100 operações contra o crime realizadas desde agosto de 2015, pelo menos 245 pessoas morreram, segundo números divulgados pela HRW e pela organização venezuelana Provea no relatório "Poder sem Limites". As organizações, no entanto, ressaltam que os números são uma estimativa e não há como saber a quantidade exata de mortos, pois o governo não informa os dados oficiais.



Entre os mais de 200 mortos documentados, "há vinte casos que as evidências sugerem a prática de execuções extrajudiciais", afirmou o diretor da ONG, José Miguel Vivanco. Funcionários venezuelanos afirmaram que as duas centenas de mortes ocorreram por confrontos entre delinquentes e forças de segurança durante as operações, realizadas principalmente em zonas populares. Segundo Vivanco, além da "enorme desproporcionalidade" entre criminosos e policiais mortos, os relatos de familiares e de testemunhas "nos permitem chegar à conclusão de que a versão oficial não é confiável".

"O governo da Venezuela tomou a decisão de enfrentar o crime de uma maneira não democrática", denunciou o coordenador-geral da Provea, Rafael Uzcátegui, durante uma coletiva de imprensa conjunta em Washington. Uzcátegui denunciou a "militarização do exercício da segurança dos cidadãos aprofundada pelo governo de Nicolás Maduro", ressaltando que essa prática contraria as recomendações de organismos internacionais e da Constituição venezuelana.

Fonte: Veja

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