Foi de uma interpretação do artigo 86 da Constituição, assinada por Celso de Mello em 1992, que Rodrigo Janot tirou a desculpa para não investigar Dilma Rousseff enquanto ela fosse presidente da República. Como o “pau que dava em Chico” também “dava em Francisco“, a mesma postura precisou ser legada a Michel Temer, ignorando citação ao presidente interino em grampos que derrubaram-lhe dois ministros.
Crimes graves como este, a Suprema Corte brasileira nem se preocupou em se debruçar sobre. O mesmo, no entanto, não valeu para a confecção de dois bonecos infláveis usados num protesto em São Paulo. Na caricatura exposta, além do rosto do procurador-geral da República, estava lá o de Ricardo Lewandowski, presidente do STF. Tornando inevitável a questão: aqueles 11 ministros não percebem que a própria casa deles é um dos maiores problemas do Brasil?
No absurdo mais recente, uma canetada atropelando instâncias não só tirou Paulo Bernardo, marido da senadora petista Gleisi Hoffmann, da cadeia, como colocou em dúvida o sucesso de algumas dúzias de investigações tocadas pelo Ministério Público com o auxílio da Polícia Federal. Mas o caso está longe do isolamento. Foram os próprios guardiões da Constituição que a ignoraram para permitir prisões antes do trânsito em julgado. Na sequência, monocraticamente, o mesmo Celso de Mello decidiria que, se o juiz quisesse, a regra seria exceção.
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Fonte: O Implicante
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