Por Percival Puggina
Essa pergunta me é feita onde quer que eu vá. Deve acontecer o mesmo com vocês que ora me leem. É como se experimentássemos um daqueles momentos em que a natureza fica estática, o vento pára, e os seres vivos se aquietam escutando ancestrais experiências. Percebe-se que algo relevante vai acontecer, mas tarda. Quando Lula será preso? Já houve fins de semana em que as apostas subiram de nível. Qualquer movimentação mais intensa na PF de Curitiba abre caminho para especulações do tipo - "Desta vez vai!".
Surpreende a muitos a captura de peixes de bom tamanho, daqueles que autorizam tirar retrato para registrar o feito, enquanto o realmente grandão, o líder do cardume, continua nadando, em pouco espaço, bem contido, mas nadando.
Na operação Lava Jato, Lula é a joia da coroa. É aquilo que os franceses chamam pièce de résistance quando querem se referir à parte mais significativa de um evento ou ao prato principal de um cardápio. Atos e pratos assim, têm hora certa de acontecer e nunca é na abertura ou no meio da apresentação ou do serviço.
Por outro lado, o trabalho da força-tarefa instalada em Curitiba usa intensa e indispensavelmente a colaboração premiada. É o preço a pagar pela desarticulação da rede criminosa, apuração dos feitos e das provas para gerar processos que levem à condenação dos culpados. É algo que necessariamente se desloca de baixo para cima na estrutura da organização criminosa. Quando Sérgio Machado vai para prisão domiciliar em sua mansão, essa "condenação" é um prêmio por agregar informações importantes para a investigação no andar superior. E assim sucessivamente.
A prisão de Lula, por outro lado, exige um pacote de provas que desautorizem reações como as que se seguiriam à sua prisão por motivos que não viessem a ser reconhecidos como graves ...
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Fonte: Puggina
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